quinta-feira, 4 de junho de 2020

Relato de Parto. O nascimento de Alice


Faz dois meses que tento escrever sobre o nascimento de Alice e acho que hoje, finalmente, eu vou conseguir terminar.
Tudo começou na sexta feira (06/03/2020) quando eu acordei e fui ao banheiro. Vi que o tampão mucoso saiu  e naquele momento eu pensei que aquela gosma era todo o tampão (Iludida. Na hora do parto sairia muito mais e no toque do médico plantonista apressado também). Vendo isso, uma mistura de felicidade e medo tomaram conta de mim. Alice deu sinal de que queria nascer. :)
Durante a manhã, contrações aconteceram, mas bem espaçadas. Depois do almoço elas ficaram mais fortes e por conta disso, tive uma briga interna sobre ir ou não atender os pacientes marcados para a tarde. Conversei com Yuri e ele me convenceu a não ir e enfim eu aceitei curtir em casa essa fase desconhecida. Um amigo de Yuri entrou em contato, tive que atendê-lo, pois era uma urgência. Como não sabia se conseguiria dirigir durante uma contração, pedi carona para ele. Após o atendimento, gentilmente perguntou o que eu desejava fazer naquele momento. Quis tomar sorvete na “Malibu” (Sorveteria que me traz sempre boas recordações). Ficamos conversando lá e entre uma contração e outra, eu me esquecia do que estava acontecendo.
Já em casa, resolvi relaxar e curtir as contrações. Fiz coisas que me agradavam. Lembro que perto do jantar eu pedi cookie ( ai, que saudade) e esse acabou sendo o meu jantar, pois às 20:30 as contrações ficaram mais intensas e próximas umas das outras. Fiquei com medo, pois estava sozinha, e então resolvi ligar pra Yuri , que estava trabalhando. Às 21:30 Yuri já estava em casa e em cada contração, a ansiedade tomava conta de mim.
Não me recordo muito bem quando chamamos a equipe de Enfermeiras Obstetricas que estavam me acompanhando na gestação e ficariam comigo em casa até o momento de irmos para o hospital, mas me recordo que às 23:00 Railyne e Sabrina já estavam comigo, monitorando as minhas contrações, pressão, temperatura e os batimentos de Alice. Me lembro que elas faziam tudo para tornar aquele momento confortável para mim. Me deram comida, me faziam massagem, me davam compressa morna, me colocaram na bola, me cobriam (quando tinha frio), me descobriam (quando vinha o calor), deixavam eu e Yuri sozinhos, quando achavam que precisávamos daquele momento sozinhos. À medida que o tempo passava, as contrações ficavam mais intensas e próximas. Adormeci algumas vezes entre as contrações e, quando começou a clarear, Sabrina falou pra mim: “Você quer tomar um banho antes de ir pro hospital?” . Foi aí que me dei conta que tinha chegado na fase ativa do trabalho de parto. Tomei um banho rápido e fomos para o hospital. Nesse caminho me lembro de 3 coisas: da hora (que era a mesma hora que nasci), das dores ( que me faziam gemer bem alto) e que Sabrina estava do meu lado, me dando apoio. 🥰
Tudo era muito novo pra mim, claro, mas Sabrina e Railyne me passavam total segurança de que estava tudo correndo como deveria. Alice iria nascer de um parto normal como eu sempre quis.
Chegando no hospital, o médico Plantonista (que se dizia adepto ao parto normal) fez o toque e constatou que eu estava com 9 cm de dilatação e já afirmou que eu iria parir em breve ( iludido).Era 5:30 da manhã e enquanto todos se paramentavam e a minha obstetra Maria Evânia não chegava, eu fui encaminhada para a sala de parto. O plantonista, bem apressado e sem nem saber do meu plano de parto (Sim! Fiz um. E ele nem me perguntou sobre, nem tinha interesse nele) já estava pedindo à tec de enfermagem para providenciar a Ocitocina ( oi?) e queria fazer outro toque ( oi?). Yuri não tinha chegado (estava se paramentando), minha obstetra também não. Então eu me lembro que olhei pra Railyne (que estava do meu lado e me acompanhou como Doula ), e ela meio que reprovando e me dando a firmeza para dizer ao médico que eu não queria ( inclusive no meu plano de parto eu pedi que exames de toque só fossem feitos se realmente necessários e com o meu consentimento). Queria esperar Evânia chegar para ela mesma fazer o toque se fosse necessário. Quanto à Ocitocina, ele não teve tempo de colocar, pois Evânia chegou à tempo e pediu gentilmente que ele e outras pessoas se retirassem da sala( pois parecia que estava rolando uma reunião de amigos e eu era a intrusa). Ela é realmente um amor e extremamente profissional. Expulsou gentilmente as pessoas da sala e só deixou quem realmente importava, apagou algumas luzes, pediu a Yuri (que já tinha chegado, mas não me recordo em qual momento exatamente) para colocar música ( a trilha sonora foi a discografia de Madeleine Peyroux), e conduziu o meu trabalho de parto da maneira mais suave e bonita que eu poderia ter. Yuri ficou o tempo todo do meu lado, me apoiando, me sustentando, me dando cheiro, me dando amor ( meus olhos enchem de lágrimas quando lembro disso). As horas iam passando. Eu olhava para o relógio na parede e me desesperava por Alice ainda não ter nascido. Me lembro que pedi algumas vezes por analgesia achando que poderia durar muitas horas e que eu já estava exausta e não iria conseguir. Mas Evânia, experiente, me convencia do contrário, pois sabia que tudo estava evoluindo bem, me dava força, e me mudava de posição para que eu achasse a mais confortável para parir. Em vários momentos ela me dizia para me desconectar das coisas externas e me conectar a Alice, entrar na “Partolândia”, que nunca tinha visto alguém tão alerta durante o trabalho de parto. As horas continuavam se passando e finalmente chegou a fase expulsiva e nesse momento eu já estava cansada demais para ajudar na hora da expulsão. Então ela fez duas coisas: me deu água com açúcar  e induziu com Ocitocina. Após isso, em aproximadamente uma hora, Alice já estava nos meus braços. Naquele momento eu olhei pro relógio e vi que ainda era 10:42 e que tudo isso tinha acontecido em 5 horas, que foi tudo perfeito, que Alice era perfeita, minhas escolhas pelas profissionais que estariam ao meu lado também . Eu estava feliz e me sentindo extremamente realizada. 
Acredito que o que fez toda a diferença para o meu parto, foi o fato de eu ter me informado bastante sobre o assunto e à partir daí, pude ir atrás das profissionais que trabalhariam de acordo com tudo o que tinha aprendido. A médica foi a única obstetra que conversou comigo sobre parto e plano de parto. Me olhou como uma mulher que estava gestando o ser mais importante da vida  e que precisava de apoio e de conselhos. Demorei para chegar até Evânia, pois não é fácil nessa cidade achar obstetras que façam realmente parto normal. Depois de conversar com doulas e enfermeira obstetras, cheguei até ela e foi um encontro de almas. Realmente foi. Em muitos momentos ela me tocou com as palavras e seu jeito suave de falar.
Minha experiência com a Equipe de Enfermeiras Obstetricas do Respeitare foi tão importante quanto a experiência com a médica. Elas me acompanharam durante a gestação me orientando sobre todos os assuntos que eu tinha dúvida e me informando até dos assuntos que eu nem tinha conhecimento. Elas também me examinavam sempre que me visitavam.  Quando procurei Morgana (Enfermeira do Respeitare), não tinha muito conhecimento sobre o trabalho delas, mas logo no primeiro encontro, ela me esclareceu tudo e pude decidir que no dia do parto queria passar o maior tempo possível em casa até poder ir para o hospital. A vantagem de tê-las me acompanhando foi de estar no aconchego da minha casa, sem pressa e com segurança durante a fase inicial do trabalho de parto. Acredito que se não estivesse com elas ao meu lado, com toda certeza, eu iria mais cedo ao hospital, até mesmo por eu ser mãe de primeira viagem e não ter a mínima noção de quando realmente eu deveria ir e se eu e Alice estariamos bem.  Ter profissionais experientes me acompanhando fez toda a diferença , pois eu me senti segura durante todo o processo. 
Hoje sou muito grata a todos que estiveram comigo nesse dia tão importante da minha vida. O dia em que eu me transformei em outra pessoa, o dia em que eu me descobri como mulher forte e persistente. O dia em que todo o tempo eu pensava no bem estar da minha filha e em todos os benefícios que o parto normal traria para ela e para mim.


quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Por mais que as pessoas tentem te ajudar a levantar 
(seja com  palavras, abraços ou conselhos)  
A  vontade de levantar vem de dentro. 
Sem essa vontade, tudo é em vão. 
 Sofrimento é solidão
É preciso sofrer para depois se reerguer. 

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Em 1 mês eu conheci as delícias e as agruras de ser mulher. 
E acredito que Deus soube perfeitamente o que fez. 
Soube quem seria capaz de receber tamanha responsabilidade. 
A força está em nós. 
A coragem está em nós. 
O sofrimento também, mas a cabeça sempre se ergue depois.

terça-feira, 10 de janeiro de 2017

Ouvindo "Show me how" da banda Stereophonics

Houve um tempo em que eu era paixão. Corpo e alma eram paixão.
Houve um tempo em que a espera pelo fim do dia era constante.
Houve um tempo em que alguns minutos do fim do dia eram suficientes para essa tal paixão tomar conta dos sentidos e trazer para mim a felicidade.
Consigo até sentir o cheiro dessa paixão.
Consigo até dizer da saudade que sinto dessa paixão.
E  da saudade surgem as lágrimas.
E assim a música acaba. 

terça-feira, 25 de março de 2014

Sobre perfumes...

     A minha primeira lembrança vem da infância e é do perfume da minha mãe, de dentista. Perfume este que está em mim todos os dias.
     Me lembro do perfume da primeira casa em que morei, assim que saí de casa para estudar, e junto com o cheiro veio minha adolescência e o meu primeiro Ma Chèrie. 
    Aos quinze anos tive meu primeiro frasco de Gabriela Sabatini. E nessa época a minha imaturidade e insegurança me faziam companhia.
    Outra lembrança vem da época em quê o perfume Johnson's Baby Lavanda era a minha única opção. E com ele, surgiu um grande amor e em seguida o H2O 4XY.
    O Kate Moss me trouxe novas experiências e sensações. Um mundo novo.
    O Humor 5 me fez ir às nuvens. 

   Hoje eu carrego todos esses perfumes e outros tantos. E com eles uma mala cheia de lembranças das pessoas que amei. 

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Ai! O amor, meu amor.
Se soubesses quanto bem me fazes, nunca mais duvidarias da minha felicidade ao teu lado.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Se o 212 falasse

Se ele falasse, diria que de tudo vivido, nele restou um pouco de cada  choro e de cada riso.
Que em cada canto dele, resta uma lembrança.
Do beijo roubado, do abraço apertado, dos momentos de euforia, dança e embriaguez.
Diria que as leituras na varanda e os longos telefonemas foram os mais marcantes.
Os momentos de prazer e até os de abandono lá permanecem.
Diria para você voltar e experimentar essa sensação.
Onde cada pedaço é uma lembrança e cada lembrança um aperto no coração.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

                                                               





Parecia que tinham o mundo sob controle.
E melhor do que isso, parecia que a vida estava sob controle.
O tempo passou.
O pensamento voltou.
E dessa vez, outras pessoas estavam por perto.

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Pensamento de 2011

Hoje acordei com o teu beijo. Tuas mãos seguravam o meu corpo. E o meu “bom dia” foi assim.
Não me lembro quanto tempo já faz desde a última vez. No início contei cada dia que estive sem você ao amanhecer, aos poucos fui perdendo a conta e hoje, ai, hoje essa conta não tem mais importância. Zerou. Amanheci sentindo os teus lábios nos meus. Sentindo o teu coração acelerado perto do meu. Manhã silenciosa. Me pareceu que todas as outras pessoas ainda dormiam. Estranho! Isso nunca acontece. Tudo ao redor é sempre tão barulhento. Me fez suspeitar que estava sonhando. Mas não. Era real. Estava acontecendo. Estávamos juntos novamente. E aquela paz, que um dia foi nossa companheira, estava novamente entre nós.